quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Impressionante Maria Comprida


Com 1.926m de altitude, a Maria Comprida não é a montanha mais alta, mas é a mais impressionante. Com paredões verticais que ultrapassam 1000m de altura, a Maria Comprida é provavelmente o monumento geológico mais notável de Petrópolis. Considerada inescalável no início do século, sua conquista está envolta em lendas, como a de que em seu cume habitavam sacís e mulas-sem-cabeça. Esta ousada conquista coube ao grande montanhista Emérico Hungar, que tem no currículo também a conquista do Garrafão, na Serra dos Órgãos.

Sua trilha é dura, bem íngreme e com algumas passagens técnicas. É necessário o uso de cordas em algumas partes. Uma dos trechos mais bonitos é a passagem dos Camelos, onde a trilha percorre uma estreita passarela entre dois abismos com alguns obstáculos, como a pedrinha da foto acima, literalmente suspensa sobre o nada.

Da passagem dos Camelos já é possível ver a improvável rota para o cume, que é uma linha de vegetação no meio do paredão. Esta linha, chamada Passagem Leander, foi a segunda rota conquistada na Maria Comprida e passou a ser a linha mais utilizada.

Acima a tradicional foto sobre a pedrinha, onde é preciso respirar fundo e manter o equilíbrio.
A Passagem Leander (foto ao lado) é sem dúvida o trecho mais complicado. É uma canaleta natural, com um paredão quase negativo à esquerda e o abismo à direita. Os trechos mais íngremes tem cordas fixas. Delicado para subir e para descer. Alias, é recomendável descer de rapel. Depois de vencer esta passagem, ainda tem que subir um último trecho íngreme com uma passagem bem exposta, para finalmente chegar no topo.


O cume é um amplo platô, com lages de pedra. Visual incrível, 360º. Não tem os sacís e mulas-sem-cabeça que os antigos acreditavam existir lá, mas é um dos lugares mais bonitos de se estar. Um merecido prêmio para os mais ousados.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Acampando no Morro Açu

O Morro Açu, com seus 2.216m de altitude, é a montanha mais conhecida dos aventureiros Petropolitanos. Sua típica formação rochosa, conhecida como Castelos do Açu, tem abrigos naturais que são frequentados desde o início do século. As rochas são imponentes (repare duas barracas no cantinho direito da foto) e, dependendo do ponto de vista, lembram uma baleia ou uma tartaruga.

É possível subir o Açu numa excursão de um dia, mas o grande barato é subir para acampar. O por do sol, visto do ponto mais alto do Açu, é sobre a Serra da Araras. É assistir o espetáculo e se preparar para o frio, que chega com a noite. Outra curtição do Açu é levar um mapa celeste e identificar as estrelas. Longe das luzes da cidade, o céu da montanha tem muito mais estrelas visíveis.

O nascer do sol é o momento mágico, que marca o fim da longa noite fria do Açu. O sol surge emoldurado pelos picos da Serra dos Órgãos. Um espetáculo grandioso que nos inspira à começar de alma leve um novo dia na montanha.

Acampar acaba sendo uma curtição a parte. Dormir na barraca, pegar água no riacho, fazer comida e principalmente dividir o tempo com novos amigos, resgatando o convívio que parece aos poucos se perder nas cidades.

Outra curtição no Açu é caminhar pelo grande platô que forma a parta alta da Serra dos Órgãos. Existem picos e mirantes com lindas vistas, e o Açu é um bom ponto de apoio para conhecer esses lugares. Basta acordar cedo, espantar a preguiça e botar o pé na trilha, sempre calculando bem o tempo de retorno.
O Açu é um lugar para conhecer e voltar muitas vezes...